terça-feira, 10 de março de 2009

Kuala Lumpur, some LoooNG impressions!

Antes de começar… Como me explicaram, ninguém diz Kuala Lumpur, a partir de agora falaremos de KL (“key éle”)…

A Cidade
Estava à espera de não gostar, as descrições que tinha ouvido incluíam palavras como suja, desorganizada, confusa, cheia de prédios, nada de especial.
As minhas expectativas da cidade eram tão baixas que foi preciso pouco para ficar com uma impressão positiva. Não é que a cidade não seja realmente suja, desorganizada e confusa, sim é, mas é sobretudo uma cidade com vida. É mais autêntica que Singapura onde não se há pedintes nas ruas, onde não há lixo no chão e onde as pessoas seguem cegamente regras que nem robôs.
Em KL pelo contrário não há regras (nota-se sobretudo quando é preciso atravessar um estrada), é preciso negociar o preço do táxi, regatear o preço da t-shirt, tem cheiros estranhos a cada esquina e milhares de mosquitos!!! As pessoas sorriem mais, falam, e tirando os chineses que não sabem uma palavra de inglês esforçam-se por ser simpáticos.
Tal como em Singapura passear pelas ruas é passear entre lojas, marcas e anúncios.
A diferença é que em KL já se perde a noção de uma organizada mistura de culturas e passa a predominar a influência muçulmana, visível em toda a arquitectura, no número de mulheres de burca incluindo senhoras-polícia ou meninas com a farda da escola, e na falta de bebidas alcoólicas nos restaurantes.
KL em si não é uma cidade bonita, mas talvez uma cidade com personalidade.


Ser turista em KL

Em termos turísticos não fiz nada de muito a sério mas fiquei com a sensação que não há muito para ver e que mais um dia na cidade ficava tudo visto…
O mais famoso de todos os atractivos turísticos são as Petronas Twin Towers com 88 andares (452m) e as 3as maiores do mundo. As famosas torres do filme a “Armadilha” com Sean Conery e a Catherine Zeta Jone são realmente imponentes vistas de fora e a vista é “amazing”! Valeu a pena a madrugada (7h) que os guias nos mandam fazer para garantir a entrada gratuita e limitada para a Petronas bridge view. A fila não foi muito demorada, estava tudo muito organizado.

Outra referência é a KL Tower, ou Menara Kuala Lumpur. Foi construída para melhorar a qualidade das comunicações, e já agora porque não tornar-la rentável à custa de turistas? Foi assim construída uma plataforma bem no topo que por 10€ nos dá uma vista panorâmica de toda a cidade e por mais uns tantos zeros pode até aproveitar-se iguarias num restaurante a 400m de altura! Esta plataforma dá um toque muçulmano à torre ficando idêntico a um minar.
O dia estava quente e luminoso e o céu muito azul! Perfeito para ver até ao infinito! Ficou por explorar a selva que fica à volta da torre bem no centro da cidade… habitat para cobras, escorpiões e outros bichos apelativos!!! Tem ainda um mini-zoo cheio de cobras e aranhas felpudas! Não é muito interessante mas consegui ser, não porque o Rui voltou a pôr uma cobra ao pescoço (é preciso dizer que ele morria de medo de cobras e quis desafiar-se!!!), retomando, emocionante mesmo foi ver uma cobra a tragar uma galinha viva! Foi uma coisa macabra… E não houve nenhum homem forte que não tivesse igualmente berrado ou dado um salto discreto no momento em que a cobra atacou a galinha que tremia por todos os lados! Eu estava igualmente preocupada com uma chinoca que para ver melhor se apoiava nas jaulas de outras cobras assustadoras! Só de imaginar aquilo tudo no chão… Medo, muito medo!!!

Visitamos as Batu Caves, a 13km de KL. As “caves” são um templo hindu dentro de uma gruta, no alto de um morro muito verde… O acesso implica escalar 272 degraus a pique que dificultam mais a descida que a subida, pelo menos para quem tem vertigens como eu…
Mal acabaram os vertiginosos degraus começou a chuver numa intensidade pouco simpática! O que vale é que apesar das clarabóias naturais dentro das grutas estávamos protegidos e o eco do ribombar dos trovões tornou a experiência muito mais interessante! Mais ainda quando começaram a ecoar animados batuques. Atraídos pelo som fomos encontrar um colorido ritual que apesar de não se perceber nada do que significava tinha toda uma teatralidade fascinante!
E depois de descer os tais 272 degraus debaixo de chuva cheia de vertigens, e uma viagem num táxi com ar condicionado no máximo não podia ter escolhido nada melhor que ir directa para um spa ser tratada como princesa durante 1h30! Hmmmm!
É que em KL por todo o lado nos impingem massagens (estabelecimentos que deram a sensação de estar abertos 24horas por dia para massagens aos pés!?!?) e eu acabei por entrar no espírito enquanto os patardões de água (como diria o Nuno) caiam e nos impediam de deambular pelas ruas. Fugi aos suspeitos centros de massagem e por 40€ do meu mísero salário de contacteana acabei no spa do hotel a fazer massagens de corpo inteiro que apesar de maravilhosas me deixaram 100% dorida e a força que a senhora às vezes fazia nas minhas costas fez-me mesmo ponderar se ela estava ou não de pé em cima de mim aos saltinhos!! Mas os aromas intensos, a sensação de bem-estar e um estranho chá de gengibre fizeram-me dormir a melhor sesta de sempre acordando “glowing”, como descreveu a Ana.


Chinatown foi vista à pressão… estive com o Rui na rua das compras a regatear e a comprar umas coisas! Esperava mais, mas mais uma vez só lá estive uma meia hora…

Por visitar ficou o museu islâmico, o mercado central e ficará para uma próxima vez o fundamental deambular pelas ruas … há que ceder quando se viaja em grupo!


Ir a KL para os Singaporeans significa noite, comer e o descanso no hotel, sendo cansativa a ideia de turismo… Como quem vai para o Alentejo! E portanto valeu-me o guia que o João me deixou de onde tirei sugestões para descobrir a cidade! (Dica: não ficar à espera que os Singaporeans sejam bons guias em viajem… tirando o Marc que não se cansou de nos acompanhar, não sei se por gosto se pelo peso da responsabilidade… mas foi sempre umas imprescindível ajuda com táxis, caminhos e where to go!)


Eating There & Around

Mal chegámos fomos a um food court ao pé do hotel! Escolher os pratos não é fácil! Que o diga o Rui que arriscou tudo num prato que se revelou ser gordura de porco panada e frita! Yumi! Nestes food courts há que aproveitar a vantagens de sermos muitos e pedir várias coisas estranhas para ir experimentando! Eventualmente, até para os mais esquisitos, acaba por se encontrar qualquer coisa que se goste!

O almoço de Sábado foi no portuguesíssimo Nandos… este tradicional restaurante português é uma cadeia que um sul-africano começou a partir de uma promessa… Serve-se frango grelhado com piri-piri e batatas fritas… a comida que todas as avozinhas portuguesas servem nos jantares de família! Ehehe!

Jantar de Sábado já nos deixamos guiar pelos Singaporean que nos levaram a um restaurante onde a qualidade da comida é proporcional à dificuldade em pronunciar o seu nome!

Domingo… “Como fazer turismo sem ir uma única vez parar ao McDonalds?”, pergunta o Rui.


Nightlife

Sexta e sábado à noite ninguém dispensou! Não adorei nenhuma das noites…
Não é que não tenham sido muito divertidas porque num grupo de 10 há sempre alguém que assume o papel de palhaço e o grupo está sempre animado… Mas a qualidade da noite deixou muito a desejar… muito ao estilo do Singapura mas sem o requinte de Singapura por outro lado não faltavam as prostitutas! Sábado chegámos mesmo a ir a um dos lugares de maior renome de KL, o Beach Club, e apesar da música comercial e da animação que se via do lado de fora bastaram 5 minutos lá dentro para realizar que podíamos estar num bordel! Elas eram o cliché da prostituta dos filmes com grandes saltos, grandes decotes e grande mini saias… Eles estrangeiros horríveis que olhavam bêbados e babados! Sinistro! Mais uma vez o poder de regatear pode fazer muita diferença para quem quer conhecer melhor uma destas senhoras (que às vezes eram travestis! Há que ter cuidado! Ou mesmo manter distância de todas!)… Tinha também uma banda que tocava Shakira e pirosadas! Tinha um cantor vestido à rapper americano e uma cantora vestido e a dançar à Shakira (cantora ou cantor, ficou a dúvida… se bem que havia mais consenso em relação a ser um ele que a ser uma ela!)! Portanto ainda acabou por ser um pagode!


O Grupo
Anna trabalha como babysitter do embaixador dinamarquês veio por uns meses, foi uma óptima companhia… somos as 2 raparigas europeias num mundo asiático e de homens.

Michelle Liew, Singaporean, quando a conheci num bar tinha a cara enfiada em chicken wings que comia sofregamente… Como todas as asiáticas tem um risinho irritante, adora não fazer nada e sair à noite. Mas foi sempre muito simpática comigo e com a Ana adora dar dicas de beleza! É de rir!

David moreno, não sendo tão identificado como “turista alvo fácil, bom para enganar”. O pai é Singaporean e trabalha cá na embaixada, a escolha de Singapura é óbvia, conhecer melhor o lado da família que por cá anda.

Michael alto e careca, está a estagiar para a embaixada dinamarquesa, chegou na mesma altura que eu e fica mais 11 meses, veio de Itália onde também trabalhava para a embaixada, como parte da tese de mestrado que está a fazer.

Marc trabalha no AICEP e é o middle boss do Rui e do Nuno.. é graças a ele que vamos conhecendo estas pessoas e alinhando nestes programas… É um Singaporean não Singaporean!

Fazil Musa mais conhecido como Faz amigo do Marc há anos que trabalha com o cônsul honorário português, não percebi muito bem o que faz, mas gosta bastante. De físico nada tem a ver com os asiáticos magrinhos e branquinhos, é bastante redondo e muito moreno podendo mesmo ser um americano! Singaporean pouco Singaporean! Organizou a viagem! Obrigada Faz!

Fangkai Ong já é mais Singaporean, e segundo a Michelle nos contou é considerado a brasa cá do sítio! Já não é tão fácil ficar com alguma impressão dele, tal como a maior parte dos Singaporeans que vou conhecendo! Mas os rapazes (Rui e Nuno) têm muito boa impressão dele!


Ah e com tanta conversa quase me esquecia de contar as minhas disparatadas estupidezes! Claro que eu não podia passar sem dar barraca e 6ª não consegui chegar a horas ao ponto de encontro do autocarro perdendo assim a partida… Dentro de um táxi, encurralada no transito e a ver os minutos a passar estava nervosíssima com o Marc e o Faz a fazerem de tudo para me acalmar…
Resumindo mandaram-me então para outro lugar! O taxista pára o carro e disse que não ia e expulsou-me num táxi stand! De malas na mão, nervosa, com eles a telefonar e a mandar mensagens lá consegui apanhar um segundo táxi que me levou estrada fora quase até à fronteira onde ainda consegui apanhar o grupo! Foi péssimo, não me lembro mesmo de pior maneira para me apresentar a pessoas desconhecidas! Mas com o conforto do autocarro (como os que apanhamos na Argentina) e o stress das fronteiras o assunto foi esquecido.

Malaysia, truly Asia? Talvez… talvez a enorme influência ocidental faça parte da truly Asia, eu continuo à espera de encontrar alguma coisa mais genuína e diferente! Será que encontro em Bangkok?

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